10.5.12

Começando

[Este foi o primeiro post que escrevi para o blog, mas depois acabei achando muito longo, meio over para me apresentar. Eis que então hoje um amigo me pede opiniões sobre mudança. Foi minha deixa.]


Sair da casa dos pais é um rito de passagem muito, muito importante. É sua passagem sem volta para a vida adulta. É claro que é difícil, é cortar o cordão umbilical pela segunda (e definitiva) vez. Além disso, morar só no começo é muito, muito estranho. Para mim, ao menos, foi. Confesso que nos primeiros meses dei uma pirada. Você passa a conviver muito consigo, é uma convivência reveladora (e, às vezes, assustadora). Mas, passada a tensão, é difícil se imaginar em outra vida. E se você está pensando em encarar essa nova fase, não sei como você é, como lida com a vida e o mundo, mas uma coisa eu garanto: você vai crescer.

O lugar

Quem mora em uma metrópole geralmente têm vários problemas para encontrar um lugar para chamar de seu: os preços abusivos de aluguel, a necessidade de um fiador, o estado do apartamento, a necessidade de um espaço minimamente confortável sem pagar muito por isso, a segurança, a localização. E ainda tem que correr para um desgraçado não chegar à imobiliária com a papelada completa antes de você.

Passei nada menos que cinco meses procurando um apê tranquilo. Vi muita coisa caindo aos pedaços com preços subindo às alturas. Cheguei a ficar triste depois de ver uns conjugados tenebrosos mais caros que meu quarto e sala atual. Achei que meu futuro fosse morar num cortiço.
Ser dura já restringiu minha busca: eu podia ter um conjugado ou um quarto-e-sala. Também não tinha como bancar o custo de vida na Zona Sul do Rio (mas nem os europeus tão podendo, né? então beleza). Quanto a isso, tudo bem: eu já morava na Tijuca, bairro que amo, e não precisava de mais espaço que um quarto e sala.
Com meu pai como fiador, alugar foi relativamente fácil e rápido.

O aluguel


Algumas dicas que me deram e outras que eu queria que me dessem na época em que aluguei minha UDU:

Acompanhe diariamente os classificados dos jornais da sua cidade, especialmente no domingo e na segunda-feira, quando os novos anúncios são publicados. Não seja preguiçoso, olhe todos e ligue para todos que parecerem interessantes. Se você é mulher ou gay, esse é seu momento Madonna em "Procura-se Susan desesperadamente". Pegue seu lápis de olho e faça coraçõezinhos nos melhores anúncios. Mentira, você nem vai ter cabeça pra isso.

Você sempre quis fazer isso, que eu sei

Se você não tiver acesso ou não puder comprar os jornais todos os dias, procure sites de anúncios, como o Zap. Foi lá que encontrei  o meu, aliás. A vantagem dos sites é que mostram várias imagens das casas e trazem mais detalhes. Não, isso não é um post pago. Até porque eu ainda sou uma ninguém na blogosfera.

Ainda assim, se preferir, existe a opção de andar pelas ruas dos bairros em que você moraria e deixar seu telefone com porteiros, pedindo para avisarem caso vague algum ap. Não tive tempo para essa peregrinação, mas muita gente consegue assim. Alguns oferecem comissão para porteiros que avisarem sobre aps vagos.

Quem não tem um fiador (que pode ser um parente ou um amigo muito próximo), pode optar pelo cheque-caução, geralmente o triplo do valor do aluguel. Foda, mas é a saída pra muita gente.

Se precisar ir pela manhã ou no meio da tarde olhar ap, das duas uma: 1.peça para uma pessoa confiável como sua mãe ou um amigo de bom gosto que estiver livre ir olhar o ap ou 2.se seu chefe for legal (o meu era, muito), explique a situação e peça a compreensão dele para ir olhar o ap e chegar um pouquinho mais tarde ou sair mais cedo. Se precisar, trabalhe uma hora a mais, vale a pena. Particularmente acho que nada substitui entrar você mesmo e sentir o clima da casa. Mas tem gente que não liga tanto e manda alguém na boa.

Já no local, uma questão super importante é a segurança: evite aps no primeiro ou segundo andar, mais acessíveis a roubos. Se o prédio não tiver porteiro, essa dica vale ainda mais. Preste atenção se perto das suas janelas existe uma árvore, um muro ou algo que poderia facilitar o acesso do ladrão. Se sua cidade é violenta, como a minha, não recomendo casa baixa. Apesar de ser ótimo para ter cachorros e pra fazer um churrasquinho, é muito perigoso e fácil de invadir. Evite.

É lei: prédios de até quatro andares podem ter só escadas. Isso, aliás, barateia bastante o condomínio. Mas pense bem em questões como carregar compras de supermercado ou subir e descer gripado quatro andares. Por outro lado, escadas emagrecem e dão um bom fôlego. Palavra de quem mora no 4º andar ;)

Repare bem na conservação do prédio em geral: pintura, limpeza, se há infiltrações. Nessas horas costumamos ficar empolgados com a possibilidade de achar um lugar e às vezes deletamos alguns problemas. Se ligue.

Conhecendo o apartamento, não tenha vergonha de ser muito chato: acenda e apague todas as lâmpadas, dê a descarga nos vasos, ligue o chuveiro e veja se esquenta, abra e feche todas as portas e janelas, cheque pias, pintura, ventiladores de teto, piso. Se com tudo isso funcionando você ainda vai ter muitos problemas, imagine sem...

Prefira ir de dia, para ver se a claridade é legal. Quanto mais claro, melhor, sempre.

Pense em questões de logística: a rua tem fácil acesso? Tem ônibus, metrô ou táxi por perto? É fácil ir para o centro da cidade e para outras áreas de lá? Tem bar perto?

Antes de assinar o contrato, LEIA a porra toda. Brasileiro odeia ler bula, manual, termo de uso. Mas a meia hora que você vai perder lendo todo o contrato pode te poupar muitas horas de estresse e bateção de boca. É bom pra conhecer seus direitos também. Anote, por exemplo, a data em que você pode sair sem pagar multas. Caso precise se mudar, essa será a melhor hora.

Chaves na mão: troque todos os tambores das trancas do ap. Se não tiver trincos, instale. Se não tiver olho mágico, providencie um.

Para a mudança, escolha um frete indicado por alguém. Serviços toscos podem arranhar ou quebrar seus móveis e sumir com suas coisas. Para montar móveis, peça ajuda de amigos ou parentes.

Se você nunca morou sozinho, faça um chá de panela. Vai ajudar muito. Estamos no século 21, isso vale para homens, também.

Antes de se mudar, faça as contas, veja se vale a pena, para não cair nos problemas do post anterior logo no primeiro mês de casa nova. Mas quer saber? Quando é a hora, é a hora. A gente sente que é e vai ;)

Ah, sim: welcome to the jungle.

9 comentários:

  1. Bar perto não é legal se eles tocam forró a noite inteira /experiênciaprópria rsss

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  2. É muito importante ter combustível.

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  3. Bar perto, altamente recomendado!

    Eu não sabia que você tinha encontrado no ZAP, a chance lá é uma em 1 milhão, uma loucura!

    Eu fui um pouco mais longe na busca do apê ... após visitá-lo eu queria o ponto de vista dos vizinhos, saber se o prédio era calmo, sem moradores encrenqueiros. Por sorte um dos moradores me ofereceu um cachorro quando saia do prédio, fiz de conta que me interessava, ele me chamou a sua casa para mostrar a ninhada e aproveitei para conversar a respeito, valeu a pena. Ah, não fiquei com nenhum filhote, para quem mora sozinho, ter um cão é uma baita sacanagem, talvez um gato seja mais fácil, mais acho que você já falou isso, né?!

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    1. É verdade... cachorro não fica bem sozinho nem em lugar fechado, na minha opinião. Gostei da tática :) Obs.: lembro que vi meu ap no feriado de Corpus Christi, na véspera de uma viagem de família a Minas. Fui olhar o site e meu pai disse "minha filha, não vai ter nada novo aí na véspera do feriado". Vi esse e passei a viagem torcendo pra ele continuar vago. Ainda tinha muita papelada pra conseguir. Ele ficou me esperando umas 2 semanas. Era pra ser meu :) beijo, volte sempre!

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  4. Taia,

    Uma dica legal também é prestar atenção não apenas na claridade, mas se o apt é poente ou nascente por conta do calor que já é enorme aí no Rio né? Eu cai nessa roubada, aluguei o apê em julho quando é bem fresco aqui em Salvador e o vento corre de derrubar tudo. No verão minha amiga pense num calor absurdo? O solzão bate na sala que não tem cristão que aguente.

    um abração
    ps. tô curiosa pra conhecer sua UDU rs

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    1. nossa, eu passei por isso durante 12 anos, o sol da tarde do verão batia no meu quarto. De noite era um bafo insuportável (e não rolava ar condicionado). É importante mesmo ver isso!

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    2. Cara, meu choque com a temperatura do Rio aconteceu nos primeiros anos, depois me acostumei a cozinhar todo verão rs Como já morava na Tijuca, estava acostumada, se é que isso é possível, com o inferno de novembro a março. Mas teve dias aqui que acordei de madrugada, entrei na ducha, caí na cama molhada com ventilador ligado e acordei suada. PUNK. E na época não podia dormir sem roupa porque não tinha cortina. Agora dá, pelo menos rss
      Mas sua dica é boa sim. É a Marília ou a Paula Morena?
      beijos

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    http://www.papimoveis.com.br

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